O PANORAMA VISTO DA SERRA

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A HISTÓRIA PERDIDA E A COMPREENSÃO DO PASSADO


A COMPREENSÃO DO PASSADO
                   
É sempre bom a gente escrever todo o nosso pensamento, aquilo que corresponde ao pensamento vivo de uma época e também tudo que vier a nossa cabeça, mesmo que hoje não consideremos muito importante. Agora, que seja escrito contemporaneamente, senão, correremos o risco da incorreção. É compreensível que ocorram falhas, tanto de memória, quanto da ótica de um tempo sobre fatos ocorridos num passado, mesmo que nem tanto distantes. Precisamos sempre termos na lembrança o curto espaço de tempo que é a vida de cada um de nós comparado com toda a existência das civilizações e do próprio Universo. Incorreções sempre existirão, mas é imprescindível que não se perca a essência do fato histórico. Por isso, essa importância a que eu me refiro. Um fato, uma característica, um comportamento social, um elemento arquitetônico. É isso. Imaginemos que há apenas 100 anos alguém tenha reproduzido uma obra arquitetônica que pertencia a uma época de há 300 anos. Qualquer observador de hoje, bem poderá, apegado a essa característica, prejudicar todo o pensamento sobre uma sociedade, transmitindo e informando erroneamente, e daí se perdendo eternamente, sem retorno, ao fixar que àquele redor, coisas que ocorreram a 100 passarem a ser referidas como a 300 anos. Qualquer observador a uma certa distancia do fato o verá com ressalvas e com senso critico, que absolutamente não corresponderá à visão daquela época.
O que sempre me intrigou e continua a intrigar, são a quantidade de informações erradas que devem chegar até nós, de um passado que não temos nenhum conhecimento comprovado cientificamente, exceto os que podem nos ser transmitidos pelo carbono 14. Ora, até se aventarmos a hipótese de num curto espaço de tempo, por exemplo, o tempo de passarmos por um período de regime totalitário que bloqueie a transmissão de informações a apenas uma geração, isto já nos terá sonegado uma parte da história, aí provocando uma ruptura. Vemos, com imenso pesar, uma grande destruição de monumentos históricos, que, com o intuito de renegar uma época, acabam por nos tolher dos conhecimentos que necessitamos obter e dos exemplos para que não voltemos a incorrer nos mesmos erros do passado.Temos o grande defeito de demonizarmos ações e atores de um passado recente, só com o intuito de interesses mesquinhos e politiqueiros, colocando a perder todo um bloco de informações, que, se não acorrermos em seu socorro imediatamente, poderá ficar para sempre deformado.
Portanto, a distancia do observador é muito importante. Vejamos, na Física existe o coeficiente de incerteza, que é o que determina a impossibilidade de obtermos com precisão a velocidade e a posição de um corpo no espaço.
Se eu pudesse comparar o que eu teria escrito, pois não escrevi, sobre a vida que eu levava na minha juventude nos anos 70, e o que eu a escrevesse agora, sobre aqueles anos, não bateria nada com nada, pois agora entrariam na composição coisas que para mim, naquela época não teriam nenhuma importância, como: saudade, algumas perdas (hoje, mas naqueles tempos eram considerados ganhos) e etc.
Mas é muito bom que escrevamos tudo que pudermos, pois cada vez vai ficando mais difícil a compreensão de fatos do passado, dado à maior complexidade do sistema, em que pese aí, a ajuda dos meios atuais. Se informações simples como a quantidade de chuvas que antes caíra sobre uma certa região, não chega de há 40 anos atrás com precisão até nossos dias, como podemos tomar como totalmente corretas coisas que aconteceram a 300, 500 e até há 2000 anos? O que podemos é tomar estas informações como parâmetros estatísticos, como variantes para formarmos um modelo, mas sabendo que poderemos ser contestados a qualquer tempo em que surjam novos dados que desviem o fato analisado.
Salvo engano, até o SEC. XII, as pessoas não tinham nome de família, então, a partir daí, os nobres feudais, donos das propriedades passaram a usar os nomes das mesmas e os burgueses e camponeses a usar nomes referindo-se às atividades desenvolvidas ou ao local onde moravam. Antes disso até chegarmos a Jesus, ainda voltaremos 1200 anos!
Então, é que deveremos ter vindo errando e acertando, ora pra baixo, ora pra cima, até nossos dias. Se fizermos uma alusão a um modelo estatístico podemos imaginar que se por acaso tivermos nos mantidos a pontos eqüidistantes desta linha, teremos um resultado próximo da verdade. Caso contrário, o desvio poderá ser tão grande que nos colocará fora de qualquer órbita imaginada.
Ah! As grandes mudanças que realmente têm importância para a humanidade, dirão alguns, só ocorrem em espaços de milhões ou bilhões de anos!
Mas acontece que os períodos que separam esses blocos de anos, tanto podem estar muito longe como estarem acontecendo agora.

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