O PANORAMA VISTO DA SERRA

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

INCLUSÃO SOCIAL E ECONOMICA

  
UMA SIMPLES REFLEXÃO SOBRE A TÃO DESEJADA INCLUSÃO SOCIAL E ECONOMICA - ELA VIRÁ MESMO?
                 
Não sou economista de formação apesar da ousadia de querer dar minhas cacetadas, mas eu queria aqui fazer algumas observações e submeter à apreciação dos especialistas, e que me digam, primeiro se isto é uma verdade, e qual a explicação para esta coisa pela qual começarei falando, que é a tal demanda reprimida.
A definição é simples: é uma demanda que está aí, latente, que não foi ainda estimulada!
Pois é, isso é uma coisa que vem me encabulando, nessa minha extrema ignorância técnica no assunto, principalmente por que em principio eu nunca antes havia achado possível essa coisa de estimulo monetário. Mas, já vimos acontecer no passado e vamos continuar a ver, essa coisa de provocar desenvolvimento através do estimulo à criação de emprego e renda na reconstrução de países assolados por catástrofes ou para simples inclusão no mercado consumidor. Ainda acabo até acreditando que isso não gere nem inflação! No Brasil, temos observado um crescimento recente a partir da colocação de moeda circulante sem necessàriamente existir contrapartida. Também não sei se isso tem algum limite. O Japão vem agora fazendo a sua reconstrução o que também já foi feita no passado, com seus próprios meios ou ajuda externa, criando emprego e renda, reconstruindo o que foi destruído. É um caso para ser pensado, e tenho pensado muito sobre isso!
A história nos mostra como foi todo o inicio da criação do sistema financeiro que vigora até nossos dias e que, acredito eu, por esses vagos pensamentos, ter sido disparado através da inclusão de mais e mais pessoas no mercado consumidor e que antes não representavam nada. Eram um zero à esquerda. Vejam hoje os paises que crescem: são os que têm mais pobres em seus quadros. A América do Norte é uma exceção mas tem aí umas variantes a considerar que não é necessário aqui discorrer. Os que não têm mais populações para mobilidade estão estagnados, ou estão num modelo exportador. Como isso ocorre? Porque ainda temos tanta pobreza no mundo? Há uma conspiração para que isto seja feito dessa maneira lenta, mesmo porque as riquezas naturais não seriam suficientes? E por que não foi feito no passado quando a população mundial era bem menor e não se afigurava ainda esse problema? São várias perguntas e eu queria sinceramente ter alguma luz que me levasse a um caminho, pelo menos.
Muito já se fez em matéria de reconstrução do mundo, principalmente após as guerras, como foi na segunda guerra mundial e etc. Então porque não construirmos o mundo ou reinventarmos o que ainda não foi destruído?
Será que precisaremos esperar outras destruições para ficarmos eternamente reconstruindo?  Ou existem interesses econômicos que impedem esse pensamento positivo para deixarmos sempre essa chaga aberta ou os povos que não tiveram competência para se desenvolverem por si mesmos uma vez, não terão jamais esse direito, ou, digo, somente aqueles que já experimentaram o desenvolvimento é que nunca deixarão de tê-lo?
Continuo fazendo perguntas.
Observação minha, num acidente: um incêndio num estabelecimento comercial e não estava no seguro, foi tudo destruído e era a única coisa que aquele homem possuía. Em pouco tempo ele já estava lá, comercializando as suas mercadorias e tudo se normalizou como antes ficando até melhor do que era. Tirei disso uma lição que era a de que não foi destruído o principal que era a capacidade de negociar daquele cidadão.
Então, nada dessas coisas são importantes, o importante é o cidadão? Por que então protelamos tanto, quanto ao investimento em educação e infra-estrutura? Por que não fabricar dinheiro pra isso e seja o que Deus quiser?
Continuo dizendo da minha ignorância nesses assuntos e da minha relutância em aceitar esse procedimento, mas já li alguma coisa em que, num segundo surto de desenvolvimento americano, salvo engano após a primeira guerra, foi feito um plano de ataque desenvolvimentista dessa ordem, e que não foi no sentido de reconstrução, mas de desenvolvimento mesmo, em que um presidente americano pediu a um técnico da área econômica que fizesse um plano de desenvolvimento econômico e o então presidente sendo replicado respondeu: faça o plano, que o dinheiro eu me encarregarei.
Num passado mais remoto, quando os povos ainda viviam na sua maior parcela sob os regimes monárquicos dentro de uma organização feudal, o que existia era uma classe dominante, donos das propriedades, nobres, que recebiam pelo uso de suas terras, os lavradores, e pequenas aglomerações de pessoas que depois se transformaram nas cidades tendo os artesãos com suas oficinas e residências nos mesmos locais. O fato novo foi passar a existir a burguesia, os comerciantes que aí iniciaram o processo moderno do comercio que era de se interpor entre os pequenos artesãos e os agricultores e o mercado, inaugurando o que passou-se assim a chamar.
Começou-se aí a colocar preços nas coisas e a regularem-se as leis da oferta e procura e instituir a classe dos chamados pobres, aqueles que passavam necessidades por não poderem ser inseridos nessa mecânica construída pela classe burguesa, que por principio era laboriosa, mas trilhava por caminhos, naquela época, nem muito éticos, e nem lá, muito humanos, por falta quem sabe se para bem ou para mal, da figura do Estado.
E aí veio o Estado moderno, e com ele todos os problemas e que até hoje nos põe em eterna discussão sobre a sua real necessidade ou não e que continua sendo a tônica de toda a discussão atual: sobre a maior ou menor importância, o seu tamanho ideal, os seus defeitos congênitos, suas virtudes, a quem mais interessa a sua existência, etc.
Pode ser que eu esteja errado, mas foi nesse momento que o mundo viu nascer essa impossibilidade da criação de uma sociedade diferente disto, e nunca mais conseguiu se dissociar desse sistema, o que irracionalmente coloca a todos nós estupefatos, pela sua incompreensível impossibilidade de resolvê-la bem.
Mais adiante o aparecimento de figuras como Marx, Engels e tantos outros a estudarem essa tão declamada “acumulação primitiva” e a execrarem o capital como sendo o diabo e santificarem os homens que “tinham somente pensamentos voltados para os seus semelhantes”. A confusão só aumentava e o que pudemos assistir foi uma sucessão de desencontros e equívocos monumentais que perduram até nossos dias sem uma solução e quanto mais se fala em palavras como social, comunitário, coletividade e até a tão buscada democracia, mais se carrega as nações para crises e mais crises que parecem não terem mais fim.
As economias se desenvolveram, as riquezas se fizeram, mas as coisas não poderiam ser tão baratas que parassem de representar riquezas, nem poderiam ser tão caras que não pudessem ser adquiridas por aqueles que conseguissem ser incluídos numa classe que muito tempo depois veio a se chamar de consumidora. As populações cresceram, e a mão de obra formava um item da composição dos preços que regularia entre a maior ou menor necessidade de manterem-se inabaláveis as riquezas assim representadas. Mesmo aquilo que por origem e complexidade poderiam ser baratos de se adquirir passou a ter seus preços regulados. O item mão de obra só aumentava em oferta. O mundo via tudo aquilo como possibilidades e não como chagas.
O pior é que continuo assistindo a isso tudo do mesmo jeito, quando vejo o crescimento econômico dos BRICS, promovendo seu desenvolvimento à custa desse mesmo antigo processo que norteou todo aquele inicio, lá num passado distante, e que tem levado a muitas idéias equivocadas, principalmente a de que, para alguém ganhar tem que o outro perder, o que sabemos perfeitamente não ser verdade.
Mas o fato é que até o momento não me apareceu a luzinha no fim do túnel.
Eu acredito que essas dúvidas serão eternamente merecedoras de discussão!

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