As
festas de final de ano estão aí, sendo uma ocasião especial para
presentear. Especialmente este final de 2013, com o mercado editorial
aquecido por saudáveis novidades que estão aqui no blog ao alcance de um
clique. O blog é afiliado da Livraria Cultura de São Paulo, que tem
ótimas ofertas em compras pela internet. Basta que o leitor do blog
clique sobre a capa do livro que deseja para ser encaminhado diretamente
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adquirir outros itens, como DVDs, CDs bem como qualquer produto
oferecido pela livraria.
O
ano de 2013 foi pródigo. Diversos escritores brasileiros lançaram obras
importantes, notadamente no que respeita à política e sociedade.
É
o caso do livro do historiador Marco Antonio Villa que faz um resumo
objetivo e muito bem fundamentado da última década do Brasil sob o
governo do PT. O titulo é sugestivo: “A década perdida”. Villa faz um
apanhado rigoroso desse interregno em que a Nação brasileira vê o
sequestro de seu futuro, por conta de um governo esquerdista que prefere
adular ditaduras e se nega a articular parcerias com os países
democráticos de primeiro mundo e que muito têm a oferecer aos
brasileiros.
Transcrevo
a seguir uma excelente resenha do livro de Marco Antonio Villa - que
está à venda aqui no blog na coluna ao lado - da lavra do escritor e
economista Rodrigo Constantino e publicada em O Globo edição do
dia 26 de novembro passado. Vale a pena ler. E, verão, que vale a pena
comprar o livro. A informação de qualidade é o insumo indispensável para
a tomada de decisão, seja na vida particular como igualmente no plano
profissional e empresarial. Leiam:
“O
Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem
capacidade de reação. É uma República bufa, uma República petista.”
Assim conclui Marco Antonio Villa em seu novo livro, “Década perdida”,
onde disseca os dez anos de PT no poder. É um trabalho conciso de
historiador, resgatando os principais acontecimentos desta triste época.
Villa
optou por um relato cronológico, expondo os fatos mais marcantes de cada
ano. Basta relembrar a quantidade infindável de escândalos para
derrubar todos os mitos criados pelo PT, inclusive o maior deles: o de
que Lula é um operário que chegou ao poder para mudar tudo e beneficiar
os mais pobres.
O
lulismo, ao contrário, foi um grande passo na mesma direção do que há de
pior em nossa política. O patrimonialismo foi fortalecido, as
oligarquias corruptas nunca tiveram tanto poder, os sindicatos jamais
foram tão vendidos, o aparelhamento da máquina estatal foi total. A tudo
isso, somou-se o culto à personalidade, o messianismo típico das
republiquetas populistas latino-americanas.
Dispostos
a tudo pelo poder, Lula e o PT abusaram das mentiras, das práticas mais
nefastas na política, das alianças indigestas com os velhos “picaretas”
acusados pelo partido, do mensalão, o maior esquema já visto para
tentar controlar o Congresso e destruir a democracia.
DESEMPENHO MEDÍOCRE
O que
Villa faz é mostrar um filme do enorme estrago causado pela passagem do
PT pelo poder nessa década. Com fortes ventos favoráveis vindos de fora,
basicamente pelo elevado crescimento chinês e o baixo custo do capital
no mundo, o Brasil teve desempenho econômico medíocre.
Crescemos
bem menos do que a média dos emergentes, e com inflação bem maior. O
pouco que crescemos se deu por fatores insustentáveis, como o
irresponsável endividamento do governo e das famílias, estimulado pelo
próprio governo. Faltou um projeto de país, e sobrou a visão míope de se
pensar apenas nas próximas eleições.
O
engodo que foi o lulismo, incluindo dois anos de sua “criatura” Dilma,
fica evidente no livro, com a quantidade absurda de promessas irreais,
factoides criados somente de olho nas campanhas eleitorais. Foi a era do
marqueteiro, tudo voltado às aparências, sem preocupação com resultados
concretos.
O
desrespeito com as instituições republicanas foi total, chegando várias
vezes ao escárnio. “O PT aprofundou o processo de desmoralização da
política”, acusa Villa. Ser “amigo do rei” nunca foi tão importante para
o sucesso. As bases da pirâmide foram compradas com esmolas, no pior
estilo coronelista, e o topo, representado pelo grande capital, teve o
BNDES a seu dispor, em magnitude jamais vista.
Os
artistas também se venderam pelo “apoio cultural”. Nada mais é realizado
nesta área sem que tenha a participação estatal, criando-se uma relação
de completa dependência. A esquerda caviar e o PT desenvolveram uma
simbiose umbilical, destruindo qualquer chance de integridade artística
na maioria dos casos.
A MARCA PODRE DO PT
No
âmbito externo e diplomático, o lulismo também deixaria sua marca podre.
O Itamaraty tem sido responsável por vexames internacionais, deixou de
lado sua tradicional postura de isenção, aderindo ao bolivarianismo e se
alinhando aos piores ditadores. O viés ideológico e os objetivos
partidários estiveram acima dos interesses nacionais. O Mercosul é um
atraso de vida, e acordos bilaterais de livre comércio não foram selados
por culpa do PT.
Por
trás de tudo isso, como aponta Villa, há uma oposição acovardada,
tímida, incapaz de combater com determinação o avanço do lulismo. Em
2005, essa postura equivocada ficou evidente, no erro estratégico de
deixar o PT sangrar com o mensalão na expectativa de derrotá-lo nas
urnas. Foi um marco do “vale tudo” adotado por Lula. Sua vitória foi a
derrota da ética, a morte da jovem República ainda em construção.
Como o
autor reconhece, não será nada fácil tirar o PT do poder. Primeiro,
porque muitos grupos de interesse foram capturados. O PT transformou as
estatais e seus poderosos fundos de pensão em instrumentos partidários.
“Estabeleceu uma rede de controle e privilégios nunca vista na nossa
história.”
Segundo,
porque boa parte da população parece não se dar conta do que é o PT, um
partido que sequer respeita seu próprio estatuto, preferindo defender,
em vez de expulsar, criminosos condenados em última instância pelo STF,
com ministros escolhidos pelo próprio PT. O povo tem memória curta. E
aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo. O
livro de Villa é um antídoto contra esse esquecimento. Leiam!
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