Com certeza, hoje existem mais pessoas com 20 anos que naqueles tempos e pior, em total desinformação histórica para sequer saber que também tínhamos esperanças e que se foram, mas essa taça continuará sendo nossa até quando?
A TAÇA É NOSSA!!!
DESONROSAMENTE SOMOS OS CAMPEÕES EM ASSASSINATOS NO TRÂNSITO.
Dentre
os 10 países mais ricos do mundo (riqueza calculada pelo PIB), o Brasil
é o campeão tanto em assassinatos dolosos como em mortes no trânsito.
Isso deveria constituir uma desonra para o país e para os brasileiros.
Aliás,
somente no dia que começarmos a nos envergonhar da situação deplorável
em que se encontra o país nessa área é que alguma coisa pode ser mudada.
Temos que superar nosso estágio avançado de degeneração moral.
Os
chineses, alterando seu comportamento moral, aniquilaram em uma geração
com a tradição milenar de amarrar os pés das chinesas. Fizeram uma
revolução moral, que abarca tanto a transformação no comportamento moral
como nos sentimentos morais (veja Kwame Anthony Appiah, 2012, p. 11).
Dentro
de algumas décadas, as futuras gerações olharão para trás e dirão: Como
o Brasil conseguiu ser campeão em mortes durante tantos anos? Ninguém
sentia vergonha? Com que conceito de honra eles viviam?
O
levantamento foi feito pelo Instituto Avante Brasil, que analisou as 10
maiores economias do mundo: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha,
França, Brasil, Reino Unido, Rússia, Itália e Índia. Levou-se em conta o
PIB, a posição no IDH em 2013, a taxa de homicídios dolosos e a taxa de
mortes no trânsito de cada uma delas.
Estados
Unidos, Japão e Alemanha, países nas primeiras colocações no ranking do
IDH, apresentam taxas de homicídios e mortalidade no trânsito bem
distintas.
O
Japão, terceira maior economia do mundo e quinto lugar no ranking do
IDH, apresentou, dentre todos os países, o menor índice de homicídios
dolosos, 0,3 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes e a terceira
menor taxa de mortes no trânsito, com 5,2 mortes por 100 mil habitantes.
A
Alemanha, quarta maior economia e quinta colocada no ranking do IDH,
acompanhando a tendência do Japão, registrou 0,8 homicídios para cada
100 mil habitantes e 4,7 mortes no trânsito por grupo de 100 mil
habitantes. Já os Estados Unidos, a maior economia mundial (apresentando
um PIB quase o dobro do PIB da China, segunda maior economia do mundo),
e terceiro lugar no ranking do IDH, ao contrario, é responsável por uma
taxa de homicídios relativamente alta, se comparada com a maioria dos
países de desenvolvimento humano muito elevado, 4,7 mortes para cada 100
mil habitantes e uma taxa de mortes também muito alta, 11,4 mortes por
100 mil habitantes.
França,
Itália e Reino Unido, quinta, nona e sétima melhores economias mundiais
e colocados no IDH, respectivamente, apresentam taxas próximas de
mortalidade violenta e no trânsito.
A
França, vigésima colocada no ranking do IDH, apresentou uma taxa de
homicídios de 1,2 mortes por 100 mil habitantes e 6,4 mortes no trânsito
em cada grupo de 100 mil pessoas.
A
Itália, vigésima quinta no ranking do IDH, apesar de uma baixa taxa de
homicídios de 0,9 para cada 100 mil habitantes, no trânsito registrou
7,2 mortes para cada 100 mil habitantes.
O
Reino Unido mostrou-se seguro tanto em termos de violência urbana,
apenas 1 morte para cada 100 mil habitantes, como no trânsito com 3,7
mortes por 100 mil habitantes.
Quatro
dos cinco países que integram o Brics, grupo com grande potencial
econômico, ocupando a sexta, a oitava, a décima e a segunda posição
entre os mais ricos, Brasil, Rússia, Índia e China, apresentam algumas
das mais altas taxas de homicídios e as mais altas taxas de mortes no
trânsito entre os dez países mais ricos do mundo.
Dentre
os quatro, a China é o país com a menor taxa de homicídios, com 1 morte
violenta para cada 100 mil pessoas, a Rússia 9,7 e a Índia 3,5 para
cada 100 mil. Apresentando taxas altíssimas de mortes no trânsito, entre
os quatro países, a menor taxa é a da Rússia, com 18,6 mortes para cada
100 mil habitantes, a Índia teve 18,9 mortes, enquanto a China chegou a
20,5.
Dentre
os 10 países, as maiores taxas, tanto entre o número de mortes por
homicídios intencionais como mortes no trânsito, ficam por conta do
Brasil.
O
país, que em 2011 apresentou a altíssima taxa de 27, 1 mortes violentas
para cada grupo de 100 mil pessoas, também chegou a 22,6 mortes no
trânsito no mesmo grupo. São 270 mortes por dia (130 no trânsito e 140
intencionais), 6 por hora e uma a cada 10 minutos. Um dos países mais
violentos do planeta.
Com
o que um país como o Brasil deveria se preocupar? Com a ética e a moral
(constituindo esta uma dimensão importante daquela): “Fazer o que devo
aos outros faz parte do viver bem, e um dos traços característicos dos
últimos séculos é o reconhecimento cada vez maior das obrigações de cada
um de nós em relação [ao respeito] às outras pessoas” (Appiah, 2012, p.
14).
08 de dezembro de 2013
visão panorâmica
Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil
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