O PANORAMA VISTO DA SERRA

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

LEIS QUE PROTEGEM?...OS MOTOBOYS. E NÓS, O RESTO?

As discussões continuam a respeito de leis que pegam, leis que não pegam!
É daí que vem nossa constatação de que leis não são coisas que se impoem de fora para dentro mas elas surgem da necessidade dos povos de se autoregularen e só eles é que poderão realmente afirmar se estas estão lhes sendo úteis ou se lhes estão a impedir o seu próprio desenvolvimento como Nação. Quando os povos se unem para formar uma Nação precisam, é claro, de regras. São os costumes que levam com que sejam obedecidas certas condicionantes até não muito ortodoxas, mas pelo menos terão que obedecer as regras, e que estas deverão sempre obedecer a vontade do povo!

Mas o que dizer quando tudo isto já ficou lá atrás, na história? É muito simples quando conseguimos acompanhar desde quando teriam sido criados os primeiros impasses e naquele instante estabelecidos os parâmetros tomando-se como base o curto caminho percorrido e ainda o muito a percorrer. Mas fomos atropelados pela cultura em andamento das sociedades mais desenvolvidas, e aí tudo ficou tudo mais complicado.

Pois é, quando assim, isto fica dificil para que uma maioria possa entender, e parecerá sempre como se se quisesse impor uma condição alienígena, um interesse de alguém com poder acima de uma maioria sem poder nenhum de rechaçá-la. Pareceria sempre como um dispositivo ditatorial. É assim, e sempre será! Não vamos resolver isso facilmente como puderam resolver desde o seu início a sociedade americana. E foi inclusive um caso único no mundo moderno!

As leis que vêm para proteger os motoboys é um caso emblemático, pois a mesma vem para protegê-los!
Mas como protegê-los agora depois de todo esse tempo em que os mesmos agiram como povos livres, livres como os humanos que antes habitavam as cavernas em que tudo era permitido?
Que proteção poderá acreditar existir para uma categoria que foi deixada livre acontecer ao arrepio de tudo que normalmente tem que ser levado a sério pela maioria das outras pessoas?

Não sou um sociólogo, mas acredito ser essa categoria hoje, talvez a responsável por não terem ocorrido coisas até muito piores e ter ela servido também como um dos amortecedores a suprir a falta de presença do organismo do Estado para resolver questões tradicionais e para promover a paz social. Eles se organizaram de uma forma própria, com suas próprias regras ou até por ficar estabelecido que não haveriam regras.
Uma negação de tudo aquilo que se considera como conquista e nada daquilo que se espera que seja condição sine qua non para que haja paz social. Pode ser exagero, mas agora estamos vendo acontecer com ampliação uma coisa semelhante a tomar biscoito de criança teimosa e mimada!

Deviamos ter pensado nisso lá atrás, quando se popularizou o uso da motocicleta em larga escala pelo Brasil afora sem nenhum critério! O vosso criado aqui pensou muito nisso um dia, mas passou, veio a expansão desse meio de transporte, houve lugares em que praticamente deixou de existir o transporte coletivo e assim por diante. Até chegarmos ao ponto de servir de ferramenta útil à propliferação da criminalidade.
Hoje isso se transformou num problema social serissimo!
Não vejo nenhuma saida honrosa para isso pois é muito difícil se tirar um indivíduo na idade da pedra e dizer que ele terá que obedecer regras, justamente por ter sido a falta delas que os fez crescer em uma maioria assustadora. É como diz um meu amigo, agora receba!

As sociedades se organizam por inteiro, quando todas se encontram num mesmo patamar de anseios e de dificuldades. Quando temos sociedades desiguais, não podemos deixar que proliferem organismos dentro
dela que possam crescer sem observar certas regras, desde o seu início.

Quando a motocicleta começou a se expoandir no Brasil, todos sabiamos que no Japão, onde ela mais se popularizou, uma motocicleta era obrigada a obedecer ao espaço ocupado antes por um automóvel. Era como se fosse um desses, apenas com a vantagem do custo e espaço que ocuparia em posição de estacionamento. Mas nada disso foi imaginado quando a sociedade se acostumou às facilidades que lhes permitia o uso dos serviços a ela prestado.

Semelhante também foi quando no Rio de Janeiro dos anos 50 a classe média achava interessante encontrar com facilidade nos morros cariocas recém invadidos a mão de obra barata que lhes servia, e vimos no que isso deu!
É assim, o peixe morre pela bôca, e parece que ainda teremos que morrer muitas vêzes para aprender o caminho do desenvolvimento.

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