do Ucho.Info
Até
que enfim – O governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, precisa chamar
com urgência o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira,
para exigir o fim do espetáculo circense que tomou conta das
investigações sobre a chacina ocorrida na casa do sargento da Rota, Luís
Marcelo Pesseghini, onde ele e outras quatro pessoas da família fora
encontradas mortas no último dia 5 de agosto.
Desde o primeiro momento, as polícias Civil e Militar defendem a tese
de que o filho do sargento da Rota, Marcelo Pesseghini, de apenas 13
anos, foi responsável pelo assassinato do pai, da mãe, cabo da Polícia
Militar, e de duas outras pessoas da família. Após os crimes, segundo a
polícia, Marcelo teria se suicidado usando uma pistola semi-automática
.40, de propriedade da mãe.
A chance de o garoto ser o assassino da própria família é mínima, mas
os policiais insistem em acusá-lo de forma tão escancarada, que cresce
cada vez mais a suspeita de que um crime ainda maior está por trás da
chacina. Foram tantas as conjecturas para provar a culpa de Marcelo
Pesseghini, que até mesmo o fato de o garoto andar encapuzado foi
considerado pela polícia na tentativa de incriminá-lo definitivamente.
Atuando no setor administrativo da Polícia Militar paulista, a cabo
Andréia Pesseghini investigou colegas de corporação envolvidos em casos
de corrupção, como envolvimento com caça-níqueis e quadrilhas de roubo
de caixas eletrônicos e arrastões. Andréia chegou a denunciar os
colegas, fato que muito estranhamente a PM desconsiderou nas primeiras
horas após a constatação dos crimes.
Uma semana após o anúncio da chacina, período em que um delegado da
Polícia Civil concedeu entrevistas detalhando a atuação do jovem Marcelo
Pesseghini, o caso parece estar tomando um novo rumo. Responsável pelo
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a experiente
delegada Elizabete Sato anunciou que não estão descartadas as hipóteses
de vingança ou crime passional na chacina ocorrida na Zona Norte da
capital paulista e que invadiu o noticiário desde então.
A apuração do crime seguiu por caminho suspeito, com o estrito
objetivo de esconder a verdade, o que explica o fato de no dia em que o
crime foi descoberto (5 de agosto), pelo menos duzentos policiais foram à
casa do sargento Luís Marcelo Pesseghini.
Só mesmo alguém com a imaginação em fase extremamente produtiva é
capaz de acreditar na versão rapidamente apresentada pela polícia de São
Paulo, como se algo muito grave precisasse ser escondido. O tempo
passou e a impressão que ficou é que a cúpula da Segurança Pública vinha
endossando a operação abafa que tomou conta do caso.
Se a delegada Elizabete Sato está com a razão ninguém sabe, mas sua
declaração mostra que a investigação poderá, a partir de agora, tomar o
rumo adequado. Certo é que por trás desse crime capaz de rechear o
enredo de um filme de ação há algo muito complexo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário