De Veja Online
A primeira-dama do Rio,
Adriana Ancelmo, ganha quase dez vezes o salário do marido no escritório
contratado por concessionárias e prestadoras de serviço para o estado
Leslie Leitão e Helena Borges
CABRAL E A MULHER, a quem ele chama de Riqueza: ela deu a notícia e o representou na posse de desembargadores
(Vera Donato/Estadão Conteúdo)
O escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados chama
atenção no Rio de Janeiro por duas características. A primeira é ter
experimentado nos últimos seis anos um crescimento espetacular. De três
profissionais e 500 processos em carteira, saltou para um empreendimento
com vinte advogados e cerca de 10 000 ações. A receita do escritório
era de 2,1 milhões de reais em 2006 e foi para 9,5 milhões no ano
passado. A segunda característica a ressaltar é o fato de a banca ter
como sócia-proprietária a advogada Adriana Ancelmo, de 43 anos, mulher
de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, a quem ele trata pelo
apelido de Riqueza. Adriana tem ganhos mensais de 184 000 reais por sua
participação. E essa seria apenas uma bela história de um jovem casal
bem-sucedido, não fosse uma terceira circunstância: pode não ser mera
coincidência o progresso da banca durante os mandatos de Cabral como
governador do estado.
O elemento mais forte de suspeição deriva do fato de que, antes de
Cabral tomar posse, o escritório de Adriana tinha apenas 2% de seu
faturamento vindo de concessionárias e prestadoras de serviço ao governo
do Rio. Agora, 60% da receita vem de honorários recebidos por serviços
prestados a empresas que, direta ou indiretamente, dependem de dinheiro
público guardado no cofre do qual Cabral tem a chave.
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