Postado no Ucho.Info
Baixando as portas – Demorou, mais acabou acontecendo. O Banco Central decretou nesta sexta-feira (2) a liquidação do Banco Rural,
que ao lado do também mineiro BMG viabilizou financeiramente o maior
escândalo de corrupção da história nacional, o Mensalão do PT.
De acordo com o BC, a medida foi tomada diante do agravamento da
situação econômico-financeira da instituição e também pela ausência de
um plano de recuperação minimamente viável.
“O ato abrange, por extensão, as demais empresas do Conglomerado
Financeiro Rural: o Banco Rural de Investimentos S.A.; o Banco Rural
Mais S.A.; o Banco Simples S.A.; e a Rural Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários S.A.”, informou o Banco Central em nota divulgada no
começo da noite.
Com o fechamento do Rural, já estão indisponíveis os bens dos
controladores e dos ex-administradores do banco, que terá como
liquidante Osmar Brasil de Almeida, nomeado pelo BC.
Foi na agência de Brasília do Banco Rural que Márcia Milanésia da
Cunha, casada com o mensaleiro João Paulo Cunha, recebeu na boca do
caixa R$ 50 mil em dinheiro, por ordem do publicitário mineiro Marcos
Valério Fernandes de Souza. Descoberto o esquema criminoso com a estrela
do PT, o ex-presidente da Câmara dos Deputados disse, a reboque da
desfaçatez, que sua mulher fora ao banco para pagar faturas de uma
operadora de televisão a cabo.
É preciso que o Banco Central amplie suas buscas no exterior, pois o
Rural tem, nos Estados Unidos, o Tradelink Bank, além de correspondentes
e braços avançados em paraísos fiscais.
Para quem não se recorda, o Rural foi um dos bancos envolvidos no
escândalo que precedeu o impeachment de Fernando Collor de Mello. A
instituição da família Rabello, fundada há quase cinquenta anos, foi
escolhida por Paulo César Farias, o PC, para as operações nada ortodoxas
do esquema do grupo que ficou conhecido como “República de Alagoas”.
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