No que pode dar esse papo com "uma"(Dilma) que sabe que não manda "aquele"(Obama) que pensa que manda?
Do Ucho.Info
Papo
furado – A presidente Dilma Rousseff deixou nesta sexta-feira (6) a
Rússia, onde participou da cúpula do G20, com a promessa por parte do
presidente norte-americano, Barack Obama, de que até a próxima quarta-feira receberá um esclarecimento sobre as últimas denúncias de espionagem.
Em declarações reproduzidas no Twitter do Palácio do Planalto, Dilma
disse que Obama assumiu responsabilidade direta pela investigação das
denúncias e que firmou um compromisso com o governo brasileiro. A
presidente indicou também que a viagem a Washington, marcada para
outubro, ainda está sendo avaliada.
“Obama se comprometeu a responder ao governo brasileiro até
quarta-feira o que ocorreu. Ele assumiu responsabilidade direta e
pessoal pela investigação das denúncias de espionagem”, afirmou Dilma.
“E a minha viagem a Washington depende das condições políticas a serem
criadas pelo presidente Obama.”
A presidente brasileira afirmou ainda que irá à ONU “propor uma nova
governança contra invasão de privacidade”, porém não entrou em detalhes.
O mal-estar entre Brasil e EUA foi gerado no domingo passado, com a
revelação, com base nos documentos vazados por Edward Snowden, de que a
NSA teria monitorado até as mensagens de celular e o email de Dilma. O
Planalto pediu, então, explicações dos americanos até o final desta
semana.
Na quinta-feira, a equipe que embarcaria aos EUA para preparar a ida de Dilma a Washington teve a viagem cancelada.
Em conversas bilaterais à margem da cúpula do G20, realizadas com
Dilma e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, Obama prometeu
“continuar a cooperar” com os dois governos, segundo informou nesta
sexta-feira Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para comunicações
estratégicas da Casa Branca.
Novas denúncias
As declarações chegam depois de terem sido revelados novos detalhes
do sistema de espionagem de EUA e Reino Unido, dando conta de que
agentes teriam sistematicamente corrompido padrões de segurança na
internet, para acessar dados privados dos usuários fora e dentro dos
Estados Unidos.
Serviços de informação americanos e britânicos podem ter corrompido
padrões correntes de segurança na internet, sistemas criados para dar
maior segurança à comunicação em rede, como em emails e chats e também a
operações bancárias na internet.
A NSA (Agência de Segurança Nacional americana) e sua equivalente
britânica, a GCHQ, conseguiram, com ajuda de supercomputadores, entre
outros métodos, quebrar diversos tipos de tecnologias para codificar
informações confidenciais veiculadas na rede internacional de
computadores e, além disso, teriam corrompido esses códigos, tornando-os
mais vulneráveis, para facilitar posterior espionagem a alvos nos EUA e
no exterior.
As novas revelações foram publicadas na quinta-feira pelos sites dos
jornais The New York Times, The Guardian e pelo portal dedicado ao
jornalismo investigativo ProPublica. Elas foram extraídas dos documentos
vazados pelo ex-colaborador da NSA Edward Snowden, que atualmente está
asilado na Rússia.
A teoria que a NSA manipulou para seu benefício uma norma relacionada
com a encriptação adotada pela Organização Internacional para
Padronização (ISO) já circulava entre os especialistas em criptografia
há tempos, algo que parece ser confirmado agora pelo The New York Times.
A ISO estabelece os parâmetros comuns para os intercâmbios entre 163
países, entre eles, Estados Unidos e quase toda a América Latina.
Cooperação com NSA
Em seu site, o jornal nova-iorquino indicou que a NSA investe mais de
US$ 250 milhões por ano em um programa chamado Sigint Enabling Project,
destinado a influenciar no design de produtos comerciais para torná-los
“exploráveis”.
Em parte, as agências de inteligência teriam também contado com ajuda
ativa de grandes empresas de tecnologia e internet para chegar aos
dados encriptados.
O The New York Times cita um caso em que um fabricante de hardware
teria, a pedido do serviço de inteligência, instalado pontos fracos em
computadores, abrindo uma via de acesso oculta para que os espiões
americanos pudessem entrar sem ser detectados nos novos equipamentos que
venderia a um governo de outro país. A indústria da internet sempre
alegou que só coopera com os serviços de espionagem mediante ordem
judicial.
Neste ano, a NSA teria planejado ter acesso total a um grande serviço
de comunicações de internet cujo nome não foi divulgado, assim como a
um serviço de internet no Oriente Médio e à comunicação de três governos
estrangeiros, acusou o The New York Times, acrescentando que já em
2006, a NSA invadiu os sistemas de comunicação de três companhias aéreas
estrangeiras, um sistema de reservas de viagens, assim como a rede de
uma autoridade nuclear de um país.
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