Acostumei-me desde cedo a acompanhar
todo o movimento da bossa nova, com a participação de todos os que
ajudaram na sua formação, inclusive o Oscar Castro Neves. Só não
conseguia me situar na sua idade, pois a ter 73 agora na sua morte, ele
deveria ter menos de 20 anos naqueles dias. Eu era ainda uma criança e
já via aquilo tudo com um novo Brasil que se avizinhava!
Errei nas outras coisas, menos na música!
É uma perda irreparável.
j.a.mellow
Uma
infausta notícia. O falecimento de um grande músico brasileiro: Oscar
Castro Neves, um dos pais da bossa nova. Vivia há muitos anos nos
Estados unidos. Depois do histórico concerto da bossa em 1962 no
Carnegie Hall de New York, resolveu ficar por lá. Faço aqui então uma
homenagem póstuma a esse grande músico que além de violonista exímio
também era compositor, arranjador e cantor, embora não se considerasse
um cantor, vejam só.
Neste
vídeo que selecionei para ilustrar este post pode-se ter uma idéia da
competência e criatividade de Oscar Castro Neves. Um craque, um mestre
entre os grandes mestres da bossa nova e do jazz.
Transcrevo com abaixo reportagem do site do Estadão que relata a notícia e fornece um resumo a trajetória artística deste grande brasileiro.
Transcrevo com abaixo reportagem do site do Estadão que relata a notícia e fornece um resumo a trajetória artística deste grande brasileiro.
Como os
leitores do blog sabem eu sou fanático por música, especialmente a bossa
nova e jazz e arranho a guitarra e o violão. Há algum tempo fazia
postagens de jazz e bossa aqui no blog. No entanto, como o foco do blog é
política, essas eventuais postagens musicais de vez em quando faço no
meu perfil do Facebook. Todavia penso novamente e comentar alguma coisa
de música aqui e postar alguns vídeos.
Fica então aqui a minha homenagem póstuma do blog a Oscar Castro Neves que me lembro quando começou a se destacar no Brasil, para logo em seguida se transferir para os Estados Unidos. Lá tocou e se apresentou com as maiores celebridades do jazz.
Além de seus próprios discos, Castro Neves integrou as gravações de grandes nomes do jazz norte-americano. Uma grande e lamentável perda, principalmente num mundo onde são cada vez mais raros os gênios da música popular, especialmente do jazz ao qual se integra a bossa nova, a única grande criação do Brasil que até hoje faz sucesso no mundo inteiro, enquanto aqui toda essa beleza, sofisticação e bom gosto, foi trocada pelo pelo kitsch. E a música denota sempre o estados de espírito de uma sociedade, a visão de mundo dominante e nisso a estética, que é uma área da filosofia, pode nos oferecer material teórico analítico de sorte a nos dar algumas respostas que expliquem alguns fenômenos estéticos destes tempos.
Adeus Oscar Castro Neves que, infelzimente não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente.Leiam a reportagem.
Fica então aqui a minha homenagem póstuma do blog a Oscar Castro Neves que me lembro quando começou a se destacar no Brasil, para logo em seguida se transferir para os Estados Unidos. Lá tocou e se apresentou com as maiores celebridades do jazz.
Além de seus próprios discos, Castro Neves integrou as gravações de grandes nomes do jazz norte-americano. Uma grande e lamentável perda, principalmente num mundo onde são cada vez mais raros os gênios da música popular, especialmente do jazz ao qual se integra a bossa nova, a única grande criação do Brasil que até hoje faz sucesso no mundo inteiro, enquanto aqui toda essa beleza, sofisticação e bom gosto, foi trocada pelo pelo kitsch. E a música denota sempre o estados de espírito de uma sociedade, a visão de mundo dominante e nisso a estética, que é uma área da filosofia, pode nos oferecer material teórico analítico de sorte a nos dar algumas respostas que expliquem alguns fenômenos estéticos destes tempos.
Adeus Oscar Castro Neves que, infelzimente não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente.Leiam a reportagem.
Após
meses de luta contra um câncer, morreu ontem o músico Oscar
Castro-Neves, aos 73 anos. Ele, que ajudou a divulgar a bossa nova no
exterior, morava em Los Angeles, nos EUA. O tumor estava alojado
inicialmente no estômago, depois tomou o fígado e passou por um processo
de metástase, atingindo outros órgãos.
Sem a
sofisticação de cabeças como a de Castro-Neves, formada por
encadeamentos do jazz de Dizzie Gillespie e de Charlie Parker, a bossa
nova seria reconhecida como um sambinha de luxo. Oscar não ficou como o
nome de frente da turma por sua discrição – e por opção. Depois do
histórico show da bossa nova no Carnegie Hall de Nova York, em 1962, ele
foi um dos que preferiu não voltar ao País.
De Nova
York, ele partir para a Califórnia, onde seguiu em excursão com o
quinteto de Dizzie Gillespie, depois com o trio de Lalo Schifrin, o
quarteto de Stan Getz e o quarteto de Laurindo de Almeida. Gravaria
depois com Quincy Jones, com Ella Fitzgerald, com Herbie Hanckock, com
Barbra Streisand e até com Michael Jackson. Ausente de sua terra, veria
de longe a bossa ganhar muitos pais. João Gilberto, Tom Jobim, Baden
Powell, Vinicius de Morais, Carlos Lyra, Roberto Menescal. Talvez o
menos lembrado seja Oscar Castro-Neves.
Seu
instrumento era o violão e sua cabeça era de maestro. Cantava, mas não
se considerava um cantor. Sentia-se muito mais em casa quando se
apresentava como compositor, arranjador, produtor e instrumentista.
Sempre esteve bem acompanhado, desde o nascimento, quando veio ao mundo
trigêmeo, em 15 de maio de 1940.
Não
havia quem não tocasse um instrumento em sua casa. Era tanta informação
que o menino de 16 anos já tinha música demais querendo sair de sua
cabeça. A primeira delas foi Chora Tua Tristeza, a estreia de um
adolescente como gente grande. Ela lhe veio quando ele estava dentro de
uma Kombi, uma lotação, no Rio de Janeiro. Guardou cada um dos acordes
imaginários na memória até chegar em casa, pegar o violão correndo e dar
vida àquela criatura.
Formou
um grupo com os irmãos até descobrir que a turma da zona sul do Rio de
Janeiro tinha as mesmas intenções que ele. Correu para lá. De parceria
em parceria, ganhou nome o bastante para ser designado o homem que
ensaiaria todo mundo para a apresentação estelar do Carnegie Hall de
1962.
A bossa
nova atracou nos mares da MPB e Oscar Castro-Neves seguiu em frente,
retornando ao Brasil algumas vezes até estabelecer-se de vez nos Estados
Unidos. Já tinha nome suficiente quando os anos 1970 chegaram. A
indústria de filmes o descobriu como autor de trilhas sonoras e o
contratou par fazer Blame it On Rio; Gabriela; LA Story; He Said, She
Said; Larger Than Life.
Fez
valer as aulas de instrumentação e arranjo que um dia teve com Moacir
Santos, tornando-se também diretor de musicais e produtor de discos. Em
1999, associou-se ao violoncelista Yo Yo Ma e dele produziu Soul of
Tango, com o qual voltaria ao calor dos holofotes conquistando o prêmio
de "melhor crossover clássico".
Assinou
ainda, durante seis anos, a noite brasileira do super evento
norte-americano Hollywood Bowl, em Los Angeles. Contudo, era definido
por seus próximos como um gentleman. Do site do jornal O Estado de S. Paulo
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