O PANORAMA VISTO DA SERRA

domingo, 15 de setembro de 2013

NÃO CONSIGO É ENTENDER QUEM NÃO ENTENDE O CAPITALISMO, MAS POSSO ATÉ ENTENDER QUEM QUER SER SUSTENTADO PELO ESTADO DE PREGUIÇA PROPORCIONADO PELO ESTADO

Quem demoniza o capitalismo e coloca o socialismo como se fosse o que há de melhor desconhece pelo menos duas coisas da mais alta importância que sem elas não haverá nenhuma possibilidade de discussão: o comportamento humano na sua forma mais simples assim como os meios que o homem vem tentando imprimir até agora no sentido do progresso socioeconômico sem o sacrifício da liberdade, e a resultante de tudo isto que é conseguirmos um bem estar maior para cada vez mais pessoas no mundo.

Para uma didática mais fácil é só olharmos para os lados e logo enxergaremos os exemplos que nos mostram uns e outros que optaram pelas duas formas de conduzir a política e que desagua nas situações socioeconômicas cujas consequências são fáceis de serem sentidas.

No ano de 1840 Alexis de Tocqueville, assustado com o desenvolvimento espontâneo da democracia e das liberdades que vira na América assim se referiu ao incipiente Socialismo, em seu livro A Democracia na América:
"Surgiu em nosso tempo, uma seita célebre pelo seu gênio e pelas suas extravagâncias, que pretendia concentrar todos os bens nas mãos de um poder central e encarregar esse poder de distribuí-los depois, conforme o mérito, a todos os particulares. Assim, subtraía-se o homem à completa e eterna igualdade que parece ameaçar a todas as sociedades democráticas. Mas existe outro remédio, mais simples e menos perigoso, que é não conceder privilégios a ninguém, dar a todos iguais conhecimentos e uma independência igual, e deixar a cada um o cuidado de determinar a sua própria posição. A desigualdade natural em breve virá à luz, e a riqueza, por si mesma, cairá nas mãos dos mais hábeis".

Dirão aqueles mais apressadinhos que pela riqueza ora existente já poderíamos resolver tudo isto apenas colocando-a nas mãos do Estado! Então é simples, não é? Estaria tudo resolvido, e o dia de hoje seria pago pelo que até ontem havíamos conseguido! Não é uma maravilha? Mas a sua impossibilidade será uma coisa tão fácil de provarmos que não teríamos que recorrer mais do que às operações aritméticas mais simples. Mas basta, fiquemos por aqui! Não iremos nem perguntar se alguém se preocuparia em desenvolver algo movido apenas pelo espírito de solidariedade e mesmo sabendo da inoperancia de todos os demais, e ainda assim encontraria ânimo para trabalhar, criar e produzir! Não queremos mais fazer essa pergunta desbotada que acho que não poria dúvidas nem a uma criança de 7 anos, entusiasmada ao achar primeiro aquele objeto esquecido por todos os outros!
A sua extensão é muito mais complexa do que sonham esses imbecis e preferimos ir mais além, muito mais, pois os sonhos daqueles são embalados pela sua incapacidade de conhecer o próprio homem na sua face mais humana, para não dizermos mais desumanizada!

Se recuarmos no tempo das sociedades aristocráticas podemos ver que os objetos do desejo de uma minoria eram produzidos por artesãos que não tinham sequer ideia do valor dos mesmos e que estes iam sempre parar pela ínfima quantidade possível de serem produzidos nas mãos de uma minoria privilegiada nem proporcionando bem estar a quem os produzia e nem a sua posse podia sequer ser sonhada pela grande maioria da população. Com o advento do capitalismo e a economia de mercado e com a sua consequente possibilidade de produção em escala industrial, este veio propiciar pela busca incessante do ganho que isto poderia proporcionar que os mesmos bens pudessem ser possuídos por quase todos.
Foi o grande "milagre" do capitalismo, que usando, não de virtudes, da bondade ou espírito de caridade dos homens, pois estes em sua grande maioria não as possuem, mas usando-se da insatisfação de sua própria condição regado pela ambição de enriquecerem!

O argumento mais furado dos defensores do Socialismo é de que o capitalismo somente produzisse frutos que só seriam colhidos por uma personalidade única, aquele que na busca incessante pelo lucro, e explorando as riquezas  e as pessoas, tudo aquilo fosse parar na sua imensa barriga que nunca cessaria de crescer! Aquela velha figura clássica e caricata do capitalista, do banqueiro! E também utilizando-se do pressuposto de que seria possível a uma só pessoa conseguir todas essas coisas sozinho sem ajuda de um poder muito maior que em seu estado mais avassalador representa justamente o grande sonho das esquerdas e que tanto tentam nos impor: O Estado. Sim, o Estado. O Estado quando forte é o único que é capaz de promover uma distribuição de poder econômico e político a uma meia dúzia de protegidos. 
É esta instituição que eles tanto tentam impor justamente que ajuda a desconstruir a velha teoria Marxista da tal acumulação primitiva que não seria possível de outra maneira sem a intervenção nefasta daquilo a que veio se chamar de Estado. O grande exemplo prático que a história tem em fartura pra nos mostrar é a própria constituição da sociedade americana no seu início, nos princípios que os fizeram marchar para uma igualdade pautada na meritocracia. Não temos outro exemplo conhecido que possa nos demonstrar o contrário!
Este terá sido o único espontâneo, outros terão que ser idealizados pelo homem, de forma um tanto artificial e muitas vezes aos tropeços, mas não temos como nos manter afastados desse grande exemplo!

Sobre aquilo da primeira acumulação de riquezas, imagino um europeu ao chegar à América e iniciar as suas primeiras conquistas de bens que estariam disponíveis, que este primeiro encontrou, e portanto seriam assim, seus. Um homem sozinho e sua família, sem outra ajuda qualquer, e daí imaginar que quando seus braços se tornaram tão pequenos que não conseguiam mais abarcar todas aquelas conquistas teve que contratar outros homens também para, fazendo parte do seu trabalho, imprimindo também trabalho o ajudassem nessas conquistas. Sozinho não, mas com ajuda daqueles que apesar de terem tido as mesmas oportunidades, não o fizeram a tempo, mas não deixarão de fazê-lo de outra forma, agora como contratado a embarcar num sonho e plano alheios. É assim, foi assim, e continuará sendo assim, até que a força do Estado os perverta, os corrompa, e crie todas aquelas condições que servirão para depois tentarem estabelecer a confusão entre causa e efeito, continuando a enganar gerações de inocentes úteis pelo mundo afora! 
j.a.mellow

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