na Folha de São Paulo
Reportagem de autoria do editor deste Blog, publicada nesta segunda-feira (4/11) na Folha,
revela que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai decidir se abre
processo disciplinar contra o presidente do Tribunal de Justiça da
Bahia, Mário Alberto Simões Hirs, e a ex-presidente Telma Laura Silva
Britto, suspeitos de irregularidades que teriam causado prejuízo de R$
448 milhões ao erário.
Estão na pauta da sessão desta terça-feira (5/11) quatro sindicâncias
que envolvem supostos pagamentos de precatórios superfaturados –dívidas
do poder público reconhecidas pelo Judiciário–, além de contratos sem
licitação e casos de nepotismo.
O relator é o ministro Francisco Falcão, corregedor nacional de
Justiça. Além de propor a abertura do processo, o relator pode pedir o
afastamento cautelar dos magistrados até o final das investigações.
Em abril último, Falcão divulgou relatório preliminar de sindicância
instaurada neste ano. O tribunal não cumprira determinações dos
ex-corregedores Gilson Dipp e Eliana Calmon.
Segundo a sindicância, os cálculos dos precatórios, refeitos em
poucas horas, não se baseavam em decisões judiciais. As multas e juros
seguiam pareceres de peritos particulares. O setor de precatórios estava
sob a responsabilidade de um desembargador aposentado, conhecido no
tribunal pelo apelido de “0800″ (alusão a serviços prestados sem
pagamento).
A defesa sustenta que o cálculo de precatórios não é competência da
presidência do tribunal. Os desembargadores Mário Hirs e Telma Britto
são defendidos pelos advogados Alberto Pavie Ribeiro e seu sócio
Emiliano Aguiar.
“Esses critérios só são apreciados pelo juiz da causa. Quando manda
pagar, o presidente do tribunal não pode corrigir os cálculos”, diz
Aguiar.
Pavie representa a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) em
ações no Supremo Tribunal Federal. A AMB ingressou como parte
interessada nos processos envolvendo o TJ-BA no CNJ.
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