Roberto Freire é dono do PPS há 21 anos, desde que o partido
nasceu. Ele é quem decide o preço e a quem vender os segundos na TV.
Herdeiro da burocrática estrutura do velho Partido Comunista Brasileiro
(PCB), o PPS quer se apresentar como uma legenda renovada a partir do congresso
partidário que realizará entre os dias 6 e 8 de dezembro. Para isso, vai abraçar
uma causa que antes repudiava, o capitalismo, mas com "inclusão social e
sustentabilidade ambiental". É o que diz o documento preparatório para o
congresso de dezembro.
O PPS propõe também nesse documento a redução no tamanho da máquina estatal,
uma bandeira adotada até agora pelos partidos liberais ou sociais democratas. O
partido defende, segundo o texto, a redução imediata de 50% do número de cargos
de livre provimento.
Aliado dos tucanos nas últimas eleições presidenciais, o ex-partido comunista
reconhece que nos 25 anos de democracia recente houve avanços no combate às
desigualdades. O documento destaca a redução da pobreza, mas diz que seus
porcentuais continuam elevados.
O PPS propõe a continuidade das políticas de
transferência de renda existentes, como o Bolsa Família - na semana passada, o
senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência, defendeu uma lei
para tornar o benefício permanente, garantindo a sua existência
independentemente da vontade de governos. Os petistas costumam acusar os adversários, em eleições, de serem contra o
Bolsa Família.
O PPS é presidido pelo deputado Roberto Freire. O partido se colocou à
disposição de José Serra, que ameaçou deixar o PSDB por não ter apoio ao seu
projeto presidencial. Também ofereceu legenda para Marina Silva, que teve sua
Rede rejeitada. Serra ficou no PSDB e Marina acabou se filiando ao PSB de
Eduardo Campos. Agora Freire estuda apoiar o governador de Pernambuco, mas não
descarta uma possível da aliança com os tucanos. (Estadão)
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