O PANORAMA VISTO DA SERRA

sexta-feira, 28 de junho de 2013

PROTESTOS NAS RUAS NÃO SÃO FEITOS 'PELOS MAIS POBRES', DIZ MINISTRO.

Esse Marcelo Nery do artigo abaixo está tentando identificar o fenômeno pelo lado errado, dizendo que não seriam as pessoas mais pobres e sim a classe média/média, aquela mais consciente, a que todo o governo de esquerda quer derrubar, e que estariam nas ruas.
Sim, elas estão nas ruas por que? 
"A gente não quer só comida a gente quer saída para qualquer parte"!
Por outro lado quem verdadeiramente subiu um patamar foi alguém que já pertencia à classe média porém não suficientemente educada, ou onde será que ele pensa que foi parar o "dinheirinho" gasto com as políticas de distribuição de renda?
E mais, quem realmente saiu às ruas é claro que só poderiam ser aquelas pessoas que não acham importante termos uma sociedade marcada somente pelo consumo das velhas quinquilharias que fizeram a cabeça de uma classe média americana das décadas de 30 e 40!
E o que não se explica é por que foram essas políticas de consumo, as mais criticadas pelos intelectuais de esquerda brazucaios de todos os tempos! 
Nessas horas de agora nunca mais vinha se falando em políticas para a educação, a urbanização e a segurança e a grande evasão de recursos com a corrupção, grande impeditivo a que essas coisas sejam feitas!
É claro, que fica apenas restrito as manifestações nesse sentido, a quem sabe da importância maior que isso representa, senão, a um sujeito desses, o Marcelo Nery que até deve ter estudado alguma coisa, dizer o que disse sobre a queda da verdadeira classe média, vai ficar parecendo o Lula quando identifica como bem aquilo que se manifesta pelo lado negativo quando por exemplo disse que "por todos poderem ter automóveis as ruas ficam empanturradas" impedindo-os de trafegar, quando deveríamos dizer que é por falta de uma política de urbanização e mobilidade urbanas condizentes que isso acontece! 
Quando, lá atrás, os EE.UU. se deleitavam com sua sociedade de consumo a todo vapor, todas as outras questões já estavam razoavelmente resolvidas!
j.a.mellow
  • Segundo Neri, desigualdade pode ter caído ‘rápido demais’ saindo da zona de conforto política na última década
  • Acesso a internet potencializou aspirações de consumo

RIO - O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, disse que a origem da onda de protestos que varre o país pode estar no ritmo diferenciado de avanços sociais ocorridos na última década, com a renda no topo da população subindo com muito menos força do que na base. Para ele, os protestos nas ruas não são feitos “pelos mais pobres”.
Neri citou o fato de que enquanto uma família chefiada por analfabeto teve um ganho de 88,6% na renda per capita nos últimos 10 anos (2001 a 2011), em uma família cujo chefe era uma pessoa com 12 anos ou mais de estudo, o rendimento caiu 11,1%. Lembrou ainda que a renda per capita nas principais capitais do país tem alta de 3,1% em termos reais, entre junho de 2012 e maio de 2013. Na periferia, sobe 5,4%. Nas famílias com mais de seis pessoas no domicílio, avança 5% e tem alta de 6,3% para trabalhadores com menos de um ano de estudo.
— Tenho uma suspeita de que não é a mulher negra da periferia (que está nas manifestações) — afirmou. — Pessoas que estão na parte superior da distribuição, no lado belga da ‘Belíndia' , talvez tenham razões para não estarem tão satisfeitas — disse, ao citar o termo cunhado pelo economista Edmar Bacha, em 1974, para marcar os contrastes do Brasil próspero - representado pela Bélgica - e da miséria da Índia.
Para Neri, o descontentamento popular, a despeito das melhoras nos indicadores sociais, pode ser explicado porque as desigualdades caíram com uma intensidade que superou a “zona de conforto” política.
— O Brasil fez demais e não de menos. Talvez a desigualdade tenha caído numa velocidade maior que a gente seja politicamente... uma zona de conforto, do ponto de vista político. Talvez a gente tenha feito demais, eu particularmente tenho muito orgulho do que se fez no Brasil em termos de redução de desigualdade, mas a desigualdade era alta, o brasileiro aceitava, nossas instituições, nossos comportamentos nos levavam a ter uma desigualdade alta — afirmou.
Ele não descarta, porém, que entre os manifestantes possam estar também pessoas da “nova classe média”, aquelas que ascenderam à nova classe C há cerca de 10 anos, e que hoje pedem avanços também na educação e na saúde. Segundo ele, as aspirações de consumo são potencializadas pela internet.
— Talvez elas queiram outras coisas, para além do ganho de renda, (além) do ganho trabalhista, seja ganhos de saúde, de educação. As pessoas se acostumam às suas conquistas e querem mais. Por outro lado, quando você olha para o lado vê que os pobres estão ganhando mais, isso talvez possa explicar um certo inconformismo — disse.
Ele reconhece que o país vive um momento de incertezas com as manifestações e vê uma tendência de estabilidade para a trajetória de queda na desigualdade.
— O mercado de trabalho está dando sinal de desaquecimento, o que me preocupa é que todo aumento de renda decorre do salário — afirmou.


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