Maria do Rosário (Direitos Humanos) é, com muitas tolices de vantagem, a ministra mais incompetente e irresponsável do governo Dilma. E olhem que a concorrência é severa na qualidade e na quantidade. Mas não tem pra ninguém. Ela sempre supera o próprio marco. Fala pelos cotovelos. Joga no ventilador o que lhe dá na telha. Não tem compromisso nenhum com os fatos, com a história, com o decoro a que a obriga o cargo, nada… Tudo muito compatível com a petista que fez propaganda em favor do desarmamento, mas que recebeu doação eleitoral da Taurus. Só isso já deveria valer como emblema de sua seriedade. Não é só a contradição que conta. Ela também cospe no prato em que come. Qual foi a última deste gênio da raça petista? No Twitter, ela resolveu culpar a oposição pelos boatos de que o Bolsa Família poderia ser extinto, o que levou milhares de pessoas a agência da Caixa em alguns estados do Nordeste e no Rio.
Escreveu a preclara:
Voltei
As pessoas têm o direito de escrever as tolices que lhes parecerem razoáveis. Ocorre que a tola do Twitter também é ministra de estado e fala em nome da presidente Dilma Rousseff em assuntos de interesse público, como esse. Se Maria do Rosário disser que morder o picolé é melhor do que chupar, isso é opinião pessoal. Se nos revelar que divide em duas partes o biscoito recheado para comer, primeiro, aquela pasta docinha, a presidente não tem nada com isso. Assuntos como Bolsa Família e oposições estão diretamente relacionados à sua atividade pública. Logo, é como se Dilma também estivesse culpando a oposição pela boataria.
As pessoas têm o direito de escrever as tolices que lhes parecerem razoáveis. Ocorre que a tola do Twitter também é ministra de estado e fala em nome da presidente Dilma Rousseff em assuntos de interesse público, como esse. Se Maria do Rosário disser que morder o picolé é melhor do que chupar, isso é opinião pessoal. Se nos revelar que divide em duas partes o biscoito recheado para comer, primeiro, aquela pasta docinha, a presidente não tem nada com isso. Assuntos como Bolsa Família e oposições estão diretamente relacionados à sua atividade pública. Logo, é como se Dilma também estivesse culpando a oposição pela boataria.
A Folha decidiu ouvi-la a respeito do seu tuíte. Leiam o que ela disse:
“Fiz um comentário por avaliar que, no mesmo fim de semana da convenção tucana, tem o boato do Bolsa Família. Foi um comentário, digamos, fora do horário de expediente. Foi apenas um comentário [sobre] a quem interessa [o boato].”
“Fiz um comentário por avaliar que, no mesmo fim de semana da convenção tucana, tem o boato do Bolsa Família. Foi um comentário, digamos, fora do horário de expediente. Foi apenas um comentário [sobre] a quem interessa [o boato].”
Eis a
conduta de uma ministra de estado. Se há um boato sobre o Bolsa Família
na semana em que ocorre a convenção tucana, então é evidente, para este
pensamento que tem solidamente plantados no chão os quatro pés, que as
coisas só podem estar relacionadas. Se um cometa tivesse riscado o céu
no sábado, como ignorar que, ao mesmo tempo, ocorria o evento do PSDB? A
Virada Cultural em São Paulo, a primeira da gestão Haddad, foi
notavelmente violenta. Isso pode estar ligado à convenção…
Ela indaga
a quem interessa o boato. Eis uma boa questão. Por que interessaria à
oposição, 17 meses antes da eleição, espalhar o boato de que o Bolsa
Família será extinto quando, obviamente, não será??? Como poderia se
beneficiar de algo que será desmentido pelos fatos? Fosse na boca da
urna, vá lá: o raciocínio conspiratório ainda poderia ser verossímil,
ainda que falso. Mas com essa antecedência?
Se estamos
na fase de caçar motivações secretas e de especular sobre a origem
disso ou daquilo, então é preciso constatar o óbvio: mais se beneficiará
o governo petista do boato — afinal, pode vir a público para se dizer
vítima de terríveis inimigos (como faz Maria do Rosário) — do que a
oposição.
É grande a minha coleção de textos sobre Maria do Rosário —
compatível com a frequência com que ela mete os pés pelos pés. Essa
pessoa não foi propriamente equipada com o aparelho que lhe permite
exercitar com maestria os donos do pensamento. E padece também de
logorreia. Escolham um assunto, qualquer um, e lá estará ela a dar uma
opinião cretina: retomada da Cracolândia em São Paulo, desocupação do
Pinheirinho, Cuba, Comissão da Verdade, desarmamento, maioridade penal,
situação dos presídios…
Um líder
da oposição deveria ir à tribuna acusar o governo Dilma de estar por
trás do boato só para tentar culpar a oposição, como fazia Odorico
Paraguaçu. Deveria ir lá afirmar que o PT confunde o Brasil com
Sucupira. Que prova tem disso? Nenhuma — como Maria do Rosário. Ela
perguntou: “A quem interessa o boato?”. Ora, é evidente que interessa
aos petistas.
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