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FERNANDO MELLO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Atualizado às 11h51.
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (10) o secretário de Obras
do governo do Acre, Wolvenar Camargo, e outros servidores públicos,
entre eles um sobrinho do governador Tião Viana (PT), Tiago Paiva,
diretor de Análise Clínica da Secretaria Estadual de Saúde.
Batizada de operação G-7, a investigação apontou fraudes em licitação. Segundo a PF, foram desviados R$ 4 milhões de contratos que somam R$ 40 milhões.
O governador do Acre, Tião Viana, divulgou nota em que afirma apoiar a ação policial. Disse ainda que sempre expressou "tolerância zero contra qualquer prática de corrupção".
Na mesma nota, o governador afirma que "enquanto não houver um juízo condenatório, quer seja na esfera judicial, quer seja na esfera administrativa, é justo fazer, com absoluta consciência, a defesa à integridade moral de secretários e técnicos de governo supostamente envolvidos em fatos tornados públicos."
Também foram expedidos mandados de prisão contra o ex-secretário de Habitação e ex-superintendente da Caixa Econômica Federal, do diretor do Depasa (Departamento de Pavimentação e Saneamento e Abastecimento), do secretário municipal de Desenvolvimento e Gestão Urbana de Rio Branco. Segundo a PF, no total foram expedidos 34 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos em Rio Branco e Tarauacá (AC).
Durante as investigações, os policiais identificaram um processo licitatório destinado à contratação de uma clínica de exames médicos para desviar fraudulentamente recursos do SUS (Sistema Único de Saúde), do Governo Federal.
De acordo com a PF, as investigações foram iniciadas em 2011 e apontaram suposto grupo de sete empresas da construção civil, que atuavam em conjunto para fraudar licitações de obras públicas no Estado.
Para a fraude, as empresas simulavam concorrer entre si, garantindo, assim, que uma delas sempre vencesse a licitação. Os concorrentes que não integrassem a organização eram eliminados ainda na fase da habilitação técnica, que é a primeira fase da licitação, em que a administração pública exige da empresa comprovação de sua aptidão técnica para realizar o serviço, informou a PF.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação, e desvio de recursos públicos, segundo a PF.
Procurados pela Folha, os advogados dos envolvidos no caso não foram localizados até a publicação dessa reportagem.
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