Postado no Ucho.Info
Papel carbono – Em 2010, quando embarcou oficialmente na campanha rumo à Presidência, a neopetista Dilma Rousseff
foi apresentada ao eleitorado como a “garantia da continuidade”. O
responsável por essa profecia que se confirma diuturnamente foi o
messiânico Lula, agora um bem sucedido lobista de empreiteiras.
Não bastasse a incompetência administrativa à qual tem dado
continuidade com esmero, Dilma consegue imitar os meus expedientes do
antecessor diante da crise. Nas diversas vezes que em que a situação
política não lhe favoreceu, o ex-metalúrgico sempre recorreu a temas
ligados ao combate à fome, como se esse “bom-mocismo” de ocasião
servisse como anestésico da consciência popular.
A exemplo do antecessor e mentor eleitoral, Dilma proporá nesta
segunda-feira (22) ao papa Francisco, durante encontro no Palácio
Guanabara, o apoio do sumo pontífice a projetos internacionais de
combate à fome.
Estivesse o Brasil vivendo um momento de calmaria econômica e a
inflação devidamente enjaulada, a presidente poderia posar de salvadora
da humanidade, mas não é o caso. Querer desviar o foco das atenções e
ganhar espaço na imprensa internacional, que nos últimos tempos tem
dedicado espaço à crise brasileira, é no mínimo oportunismo barato
mesclado ao desespero que sobrevoa o Palácio do Planalto.
Dilma acertaria mais caso adotasse o silêncio e se limitasse a
cumprir o papel de chefe de Estado, sem querer aparecer na carona de um
dos males que afeta a humanidade, começando pelo Brasil.
Que a presidente não cometa a irresponsabilidade de usar o “Bolsa
Família” como base da proposta que será apresentada ao papa, pois é
sabido que o programa de esmolas sociais do governo serve para manter o
obediente curral eleitoral que tem dado ao PT vitória nas urnas e
mentirosos índices de aprovação nas pesquisas de opinião.
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