Abaixo, alguns exemplos que a sanha insaciável ainda não conseguiu meter as mãos.
RICARDO SENRA
DE SÃO PAULO
"Aquilo era um caixote sem importância, uma casa velha e só", diz Marly
Lemos, diretora da Associação Paulista Viva, sobre o casarão demolido na
última terça (9), na avenida Paulista.
A reportagem da sãopaulo conseguiu entrar no canteiro de obras que substituiu o tal "caixote". Enquanto um trator destruía o que restava das paredes, ainda era possível ver parte da escadaria, uma parede de azulejos de vidro e as árvores que ficavam no quintal. De acordo com os operários, o terreno estará limpo em 15 dias.
O imóvel do número 1.373 não era tombado por órgãos de proteção ao patrimônio e, segundo funcionários, deverá virar estacionamento em um mês. Entrincheirado entre um prédio da Justiça Federal e um edifício de escritórios, era uma das últimas casas que restavam na avenida mais famosa da cidade. Agora faltam quatro.
"Se eu fosse dona daquela casa, eu ia demolir. Não justifica manter um patrimônio que vale tanto dinheiro numa casinha daquelas. Até o estacionamento tem mais valor", diz a representante da associação criada para defender a avenida.
Um alvará emitido pela prefeitura em março do ano passado permite oficialmente a demolição do imóvel, que tem quase 2 mil metros quadrados de área. Segundo moradores da região, a casa não conseguia ser alugada ou vendida por conta do preço --avaliado em pelo menos R$ 7 milhões.
Procurada pela reportagem, a demolidora FBI, que já pôs no chão edifícios como Mercúrio e São Vito (o "treme-treme"), não quis informar quem são os proprietários do terreno. Depois do estacionamento, especula-se que subirá ali um prédio. "Casa nova é que não vai ser", diz uma vizinha.
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