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terça-feira, 9 de julho de 2013

MG: UNIVERSIDADE CAUSA POLÊMICA COM CURSO PARA DIFUNDIR O COMUNISMO

Perguntemos se se oferecem outras opções de pensamentos para que sejam estudados? 
Nada, o que há na verdade é um Centro de Difusão do Comunismo, que como seita que é, carece sempre dessa doutrinação intermitente levando as cabecinhas ôcas em cujo espaço tudo cabe a serem seus eternos seguidores. As demais teorias, em matéria de economia, sociologia etc., são estudos reais, e isso não interessa a esse tipo de teóricos!
 
Publicado em TERRA

Programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) tem enfoque na difusão do comunismo, principalmente das ideias de Karl Marx

As ideias do pensador alemão Karl Marx são discutidas no curso Foto: Getty Images
As ideias do pensador alemão Karl Marx são discutidas no curso 
A universidade é um espaço de debate, pesquisa e produção de conhecimento. Porém, colocar em destaque determinadas linhas ideológicas pode gerar polêmica. É o caso do Centro de Difusão do Comunismo (CDC), programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais, que causou comentários nas redes sociais especialmente por usar a palavra "difusão" para nomear um projeto de pesquisa dentro da academia.

"O site deles fala em debate e militância anticapitalista, e isso acontece dentro de uma universidade federal com dinheiro público", afirma o coordenador do blog Escola Sem Partido, Miguel Nagib. No site, Nagib publica casos em que acredita que espaços educacionais são usados para fins políticos e ideológicos.

Para o coordenador do CDC, André Mayer, a crítica ao uso da verba pública não se sustenta. "Questiono todos os outros programas de extensão das universidades brasileiras que não têm a proposta de fazer uma crítica à sociedade. Vejo como centros de difusão do capitalismo", comenta. Mayer afirma que a verba recebida por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é destinada ao pagamento dos 20 bolsistas do programa.
O site deles fala em debate e militância anticapitalista, e isso acontece dentro de uma universidade federal com dinheiro público
Miguel Nagib coordenador do blog Escola Sem Partido

Para o coordenador do curso de Ciências Sociais da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Paulo Moura seria incorreto uma universidade se posicionar ideologicamente. Ele diz que a presença da palavra "difundir" no nome do programa pode causar a impressão de propaganda ideológica.

O Conselho Departamental do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Ufop, departamento ao qual o CDC está vinculado, não restringe os temas tratados nos projetos da universidade. Em nota oficial, o conselho se posiciona a favor do projeto coordenado por Mayer. "O teor da referida atividade acadêmica é público e pode ser conhecido no endereço eletrônico www.cdc.ufop.br. Uma leitura minimamente atenta observará não haver qualquer vínculo partidário nesta atividade, que está assentada nos três principais pilares da universidade pública: ensino, pesquisa e extensão", diz a nota.

A ideia principal do CDC é pesquisar, questionar, debater e pensar uma sociedade diferente dessa
André Mayer coordenador do curso da Ufop
"A ideia principal do CDC é pesquisar, questionar, debater e pensar uma sociedade diferente dessa", explica Mayer. O coordenador do CDC afirma que, sendo um programa de extensão, o mesmo não faz parte da grade curricular de qualquer curso na universidade, portanto, frequentam as atividades os alunos interessados no tema. "Faz pesquisa nessa área quem quer, frequenta o curso de extensão quem quer. Essa é uma escolha acadêmica e política do aluno, do trabalhador", completa.  

O que se aprende no CDC
Moura observa que a natureza das ciências sociais é estudar ideologias, mas que o posicionamento de uma instituição colocaria em xeque o caráter científico da pesquisa. Estudar diferentes autores e observar as linhas ideológicas propagadas ao longo da história forma o pensamento crítico. "O conhecimento sobre qualquer área do comportamento humano em sociedade contribui para a compreensão dos fenômenos sociais e políticos, ajuda a estabelecer critérios", afirma.

O CDC foi criado a partir de uma posição crítica do curso de Serviço Social em relação ao sistema capitalista. Por esse motivo, em 2009, surgiu o núcleo de pesquisa Liga dos Comunistas, primeira atividade do centro. "Tivemos a intenção de divulgar uma crítica e apontar outra sociedade que seria de comum acordo: o comunismo", explica Mayer. O comum acordo citado pelo professor é uma reprodução do pensamento de Karl Marx - pensador alemão que escreveu o Manifesto Comunista em 1848. Marx acreditava na promoção de uma sociedade igualitária, sem classes sociais, baseada no bem comum e no controle dos meios de produção.

"As ideias de Marx são extremamente atuais, porque a teoria social do autor trouxe à luz o movimento do capital, sua estrutura e dinâmica que constituem as relações sociais", completa Mayer. Além do núcleo de pesquisa chamado a Liga dos Comunistas, o programa possui outras três atividades. A equipe de debates Rosa de Luxemburgo, que tem como objetivo discutir questões ligadas ao movimento dos trabalhadores da mineração e a educação na universidade, o curso Relações Sociais na Ordem do Capital, centrado na teoria social de Marx, e o curso Mineração e Exploração dos Trabalhadores na Região, feito em parceria com o Sindicato Metabase Inconfidentes com a intenção de discutir o início dos movimentos sindicais no mundo, a mineração e seus impactos, história da Vale, crise econômica e lutas sociais.

Premiado como melhor projeto de extensão pela pró-reitoria de extensão da Ufop, em 2012, o CDC conta com uma equipe de 20 bolsistas, vinculados ao CNPq e 10 voluntários, em sua maioria, estudantes do Serviço Social. O programa de extensão é aberto para participação da comunidade.

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