Nada, o que há na verdade é um Centro de Difusão do Comunismo, que como seita que é, carece sempre dessa doutrinação intermitente levando as cabecinhas ôcas em cujo espaço tudo cabe a serem seus eternos seguidores. As demais teorias, em matéria de economia, sociologia etc., são estudos reais, e isso não interessa a esse tipo de teóricos!
Publicado em TERRA
Programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) tem enfoque na difusão do comunismo, principalmente das ideias de Karl Marx
A universidade é um espaço de debate, pesquisa e
produção de conhecimento. Porém, colocar em destaque determinadas linhas
ideológicas pode gerar polêmica. É o caso do Centro de Difusão do
Comunismo (CDC), programa de extensão da Universidade Federal de Ouro
Preto (Ufop), em Minas Gerais, que causou comentários nas redes sociais
especialmente por usar a palavra "difusão" para nomear um projeto de
pesquisa dentro da academia.
"O site deles fala em debate e militância
anticapitalista, e isso acontece dentro de uma universidade federal com
dinheiro público", afirma o coordenador do blog Escola Sem Partido,
Miguel Nagib. No site, Nagib publica casos em que acredita que espaços
educacionais são usados para fins políticos e ideológicos.
Para o coordenador do CDC, André Mayer,
a crítica ao uso da verba pública não se sustenta. "Questiono todos os
outros programas de extensão das universidades brasileiras que não têm a
proposta de fazer uma crítica à sociedade. Vejo como centros de difusão
do capitalismo", comenta. Mayer afirma que a verba recebida por meio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é
destinada ao pagamento dos 20 bolsistas do programa.
O site deles fala em debate e militância
anticapitalista, e isso acontece dentro de uma universidade federal com
dinheiro público
Miguel Nagib
coordenador do blog Escola Sem Partido
Para o coordenador do curso de Ciências Sociais da
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Paulo Moura seria incorreto uma
universidade se posicionar ideologicamente. Ele diz que a presença da
palavra "difundir" no nome do programa pode causar a impressão de
propaganda ideológica.
O Conselho Departamental do Instituto de Ciências
Sociais Aplicadas (ICSA) da Ufop, departamento ao qual o CDC está
vinculado, não restringe os temas tratados nos projetos da universidade.
Em nota oficial, o conselho se posiciona a favor do projeto coordenado
por Mayer. "O teor da referida atividade acadêmica é público e pode ser
conhecido no endereço eletrônico www.cdc.ufop.br.
Uma leitura minimamente atenta observará não haver qualquer vínculo
partidário nesta atividade, que está assentada nos três principais
pilares da universidade pública: ensino, pesquisa e extensão", diz a
nota.
A ideia principal do CDC é pesquisar, questionar, debater e pensar uma sociedade diferente dessa
André Mayer
coordenador do curso da Ufop
"A ideia principal do CDC é pesquisar, questionar,
debater e pensar uma sociedade diferente dessa", explica Mayer. O
coordenador do CDC afirma que, sendo um programa de extensão, o mesmo
não faz parte da grade curricular de qualquer curso na universidade,
portanto, frequentam as atividades os alunos interessados no tema. "Faz
pesquisa nessa área quem quer, frequenta o curso de extensão quem quer.
Essa é uma escolha acadêmica e política do aluno, do trabalhador",
completa.
O que se aprende no CDC
Moura observa que a natureza das ciências sociais é estudar ideologias, mas que o posicionamento de uma instituição colocaria em xeque o caráter científico da pesquisa. Estudar diferentes autores e observar as linhas ideológicas propagadas ao longo da história forma o pensamento crítico. "O conhecimento sobre qualquer área do comportamento humano em sociedade contribui para a compreensão dos fenômenos sociais e políticos, ajuda a estabelecer critérios", afirma.
Moura observa que a natureza das ciências sociais é estudar ideologias, mas que o posicionamento de uma instituição colocaria em xeque o caráter científico da pesquisa. Estudar diferentes autores e observar as linhas ideológicas propagadas ao longo da história forma o pensamento crítico. "O conhecimento sobre qualquer área do comportamento humano em sociedade contribui para a compreensão dos fenômenos sociais e políticos, ajuda a estabelecer critérios", afirma.
O CDC foi criado a partir de uma posição crítica do
curso de Serviço Social em relação ao sistema capitalista. Por esse
motivo, em 2009, surgiu o núcleo de pesquisa Liga dos Comunistas,
primeira atividade do centro. "Tivemos a intenção de divulgar uma
crítica e apontar outra sociedade que seria de comum acordo: o
comunismo", explica Mayer. O comum acordo citado pelo professor é uma
reprodução do pensamento de Karl Marx - pensador alemão que escreveu o
Manifesto Comunista em 1848. Marx acreditava na promoção de uma
sociedade igualitária, sem classes sociais, baseada no bem comum e no
controle dos meios de produção.
"As ideias de Marx são extremamente atuais, porque a
teoria social do autor trouxe à luz o movimento do capital, sua
estrutura e dinâmica que constituem as relações sociais", completa
Mayer. Além do núcleo de pesquisa chamado a Liga dos Comunistas, o
programa possui outras três atividades. A equipe de debates Rosa de
Luxemburgo, que tem como objetivo discutir questões ligadas ao movimento
dos trabalhadores da mineração e a educação na universidade, o curso
Relações Sociais na Ordem do Capital, centrado na teoria social de Marx,
e o curso Mineração e Exploração dos Trabalhadores na Região, feito em
parceria com o Sindicato Metabase Inconfidentes com a intenção de
discutir o início dos movimentos sindicais no mundo, a mineração e seus
impactos, história da Vale, crise econômica e lutas sociais.
Premiado como melhor projeto de extensão pela
pró-reitoria de extensão da Ufop, em 2012, o CDC conta com uma equipe de
20 bolsistas, vinculados ao CNPq e 10 voluntários, em sua maioria,
estudantes do Serviço Social. O programa de extensão é aberto para
participação da comunidade.
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