O PANORAMA VISTO DA SERRA

domingo, 14 de julho de 2013

IMAGENS EM MOVIMENTO: A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

Do Augusto Nunes no Feira Livre
SYLVIO ROCHA
Há um mês, a coluna lançou a seção Imagens em Movimento, com o objetivo de compartilhar com os leitores experiências audiovisuais de curta duração disponíveis na internet. Desde então, foram publicados trechos daquele que é considerado o primeiro documentário de longa-metragem da história, dos filmes que eternizaram a cidade de São Francisco momentos antes e depois do grande terremoto de 1906, e da película que colocou os caubóis nas telas do cinema.

Também foi mostrado um pouco de como a fotografia e o desejo do homem de congelar o instante ajudaram no desenvolvimento da Sétima Arte. A contribuição para a imagem em movimento da técnica milenar do teatro de sombras e o desejo dos cineastas de encontrar a maneira mais criativa de descrever a passagem do tempo foram outros temas tratados. O primeiro post – reproduzido abaixo - expôs como o mito da caverna, celebrizado por Platão, descreveu pela primeira vez o que seria uma sala de cinema.
Antes de mais nada, o objetivo desta seção é contar histórias. Os leitores estão convidados a enviar sugestões de vídeos e temas para serem discutidos e compartilhados.
Post publicado em 19 de maio de 2013:
O ser humano sempre desejou contar histórias. Quanto mais longe vamos à procura do surgimento do cinema, mais nos impressionamos com a vontade ancestral do homem de expandir sua percepção utilizando imagens em movimento.
No livro Pré-cinemas & pós-cinemas, o professor Arlindo Machado traça uma fascinante trajetória dessa busca que antecede o nascimento oficial da sétima arte, em 1865, no Grand Café de Paris. O mito da caverna, celebrizado por Platão, descreveu pela primeira vez o que seria a sala de cinema. Na alegoria do filósofo grego, a parede cumpre o papel da tela, a labareda substitui o projetor e as esculturas, criadas por artesãos ilusionistas, são o que é hoje a película (o suporte do filme). A obra de Arlindo Machado é leitura essencial para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história das imagens.
O filme selecionado para inaugurar a seção é uma animação incluída num documentário de longa metragem sobre fantasmas. O espectador é estimulado a contemplar o desconhecido sem preconceitos. As coisas não são o que parecem ser, sugere o produtor do filme. A animação acabou criando vida própria, participou de mais de 90 festivais e angariou vários prêmios. Com mais de 4 mil fotografias iluminadas por velas e muito tempo para animar a massa de modelar, Michael Ramsey, o diretor, e John Grigsby, o artista plástico, consumaram a façanha admirável: filmaram a alegoria da caverna de Platão à sua maneira . Vale a pena.


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