Ministro boliviano afirma que França e Portugal fecharam espaço aéreo para avião presidencial por acreditar que delator americano estava a bordo
O presidente russo Vladimir Putin, entre seus pares Evo
Morales (esq), da Bolívia, e Nicolás Maduro, da Venezuela. O trio
participou de um fórum sobre energia em Moscou
(Maxim Shemetov/AFP)
O ministro disse ainda que França e Portugal “foram usados” pelos Estados Unidos para danificar a imagem do governo boliviano, segundo o jornal boliviano La Razón. “Queremos denunciar uma ação abusiva, que atentou contra a vida do presidente constitucional da Bolívia mediante um ato de amedrontamento propiciado pelo Departamento de Estado americano, para o qual foram utilizados alguns governos da Europa”.
O presidente boliviano viajou a Moscou para participar de um encontro sobre energia. O ex-técnico da CIA, que também prestou serviços para a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, também está na capital russa. Desde o último dia 23, o americano está em uma área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, impedido de sair, porque seu passaporte foi cancelado pelos EUA. Ele é acusado de espionagem, depois de admitir ter vazado informações sobre programas secretos de vigilância americanos para a imprensa. No aeroporto de Viena, Morales também negou que o americano estivesse a bordo do avião presidencial. “Jamais o vimos [em Moscou] e ‘para nada’ Snowden foi tema de conversas com as autoridades russas”, disse à agência EFE.
Snowden apresentou pedidos de asilo político a vinte países, incluindo o Brasil, que não pretende responder ao apelo. A Bolívia também recebeu a solicitação e Morales disse que seu país está disposto a “proteger o denunciado”. “Se houve uma solicitação, é claro que estaríamos dispostos a discutir e considerar a ideia”, disse o boliviano em entrevista à emissora russa RT. “Eu sei que os impérios têm uma rede de espionagem e são contra os chamados países em desenvolvimento. E, em particular, contra aqueles que são ricos em recursos naturais. A Bolívia, assim como a Venezuela e o Equador, estão expostos a vigilância constante do império americano”, acusou. O presidente venezuelano Nicolás Maduro já afirmou que consideraria um pedido de asilo apresentado por Snowden. Assim como Morales, ele também foi a Moscou para participar de um encontro sobre energia.
Em Washington, o Departamento de Estado reafirmou que espera que Snowden volte aos Estados Unidos para responder às acusações. A porta-voz Jen Psaki afirmou que a decisão de suspender o passaporte do ex-técnico da CIA é um procedimento normal quando um cidadão americano tenta fugir. Snowden deixou o emprego em uma base da Agência de Segurança Nacional no Havaí e foi para Hong Kong em meados de maio, antes que as informações sobre o programa do governo viessem à tona. Os documentos apresentados pelo homem de 30 anos à imprensa demonstraram que a administração Obama tem acesso à comunicação de milhares de usuários de nove gigantes da internet.
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