Enquanto não providenciarmos mudanças fiscais severas e também na legislação que faz o arcabouço das contratações públicas, isso nos levará a nos contentarmos sempre com o pequeno achado daquele grão de areia.
Quando vemos denúncias e até condenações de politicos corruptos, e os tais chamados crimes do colarinho branco, surgem sempre indignações nas pessoas sérias no sentido de que, e em principio isto é uma verdade, que a cadeia não seria o melhor remédio nem exemplo, mas a expropriação de tudo que o sujeito conseguisse ganhar com a retirada indevida de dinheiro público. Ontem ouvi um comentário do Dr. Luiz Flávio Gomes e que versava justamente sobre isso, em que também o mesmo achava que teria que "ser retirado tudo que o corrupto tivesse conseguido adquirir com o dinheiro público, acabar com êle, torná-lo pobre como quando ele estava antes" e etc. Mas ainda assim esquece-se o Dr. Flávio do outro parceiro que é geralmente o Empresário.
Mas, sendo mais objetivo, como fazer isso aqui no Brasil quando temos uma frouxidão imensa que possibilita que se venha esconder dinheiro ilícito de várias maneiras sem que o ilícito seja possivel de sequer ser identificado e nem os recursos serem restituidos aos cofres públicos?
Primeiro, temos aí a proliferação dos Srs. Laranjas, elemento hoje tão difundido e fácil de ser alistado, arrebanhado em qualquer pequeno municipio, e facilitado que é por uma cumplicidade velada entre a possibilidade de haverem muitas pessoas pobres sem nada a perder e uma providencial incompetencia da nossa grandiosa Receita Federal, coisa que só num País de merdas como o nosso, pois é, que com um simples arranjo contábil e com a providencia de subavaliações de bens e direitos se consegue colocar verdadeiras fortunas escondidas debaixo de um contribuinte que até bem pouco tempo não passava de um isento na declaração do I.R.
Lembrem-se os senhores que na década de 30 AL CAPONE foi pego justamente por SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS! Mas lá, lá onde?
Mas não obstante isso, os senhores assalariados e contribuintes sérios do I.R., a qualquer momento são chamados a se explicarem sobre aquilo que estão a declarar com toda lisura! Não é isso? Mas não se esqueçam de que quem faz errado, faz bem mais bem feito, tem tempo e dinheiro prá gastar com essas coisas!
Fora isso, ainda uma imensa facilidade hoje em fazerem-se remessas milionárias para o exterior através de Bancos que se especializaram nesse ramo, cujo fruto do roubo, se não for muito bem rastreado enquanto na origem, fica quase impossivel quando chegarmos a esse nível, ficando daí por diante, sujeitos apenas a nos contentarmos com a descoberta de alguns trocados que por incompetencia, ratada ou usura de algum funcionário "menos avisado" ou "mal pago", isso possa vir à tona.
Chegamos a uma tal situação que sem uma lei de licitações e contratações públicas muito amarrada a certos procedimentos, não conseguiremos nunca, tal como ela está sendo atualmente praticada, de pegarmos sequer 10% daquilo que se desvia de verbas públicas neste País, o que apesar disso ainda leva as pessoas comuns acharem que está tendo um grande avanço e está se conseguindo investigar e chegar aos fraudadores mais do que se conseguia no passado!
É um erro por falta de conhecimento do real tamanho dos valores que são ultimamente manipulados através dos diversos ministérios e orgãos do Executivo.
No entanto não bastando essas atividades extraordinárias já citadas acima, ainda temos mais uma que já há muito é utilizada aqui no Brasil, que é a de esconder recursos de terceiros dentro das grandes empresas privadas, que têm bastante mobilidade prá isso através de jogos contábeis e contratos de gaveta, que é claro, uma prática meio arriscada pois a raposa pode querer ficar com todo o galinheiro sozinha!
Aí, você se regozija pelo ladrão ter sido roubado por outro, mas acaba se vingando no povão incrédulo!
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