O PANORAMA VISTO DA SERRA

sábado, 13 de abril de 2013

A REVOLUÇÃO DO TOMATE

Quando criança costumava ouvir da minha avó que nos seus tempos de também criança o tomate era uma coisa proibida pois lhes era transmitido como uma fruta ou legume, coisa que até hoje não sabemos, venenosa.
Acostumei-me nos meus inicios de vida a ver pequenas frutinhas vermelhas, os nossos tomates, mas só um pouco adiante foi-nos permitido conhecer uma variedade enorme que também enfeitava a publicidade de alimentos em revistas americanas da década de 50, através da produção conseguida por uma colonia japonesa que se instalou próximo à cidade em que morávamos. 

Eram chamados de tomates japoneses, que nós já conheciamos como americanos daquelas gravuras coloridas. Aprendí também que o vermelho era uma côr que despertava o apetite nas pessoas, mas nunca iria imaginar que o apetite um dia chegaria a tanto e a tal ponto de cegar uma imensa parcela da população da terra.

Nesse interim, ou bem adiante de tudo isso, nas minhas andanças na área da construção civil me foi dito por um ceramista que um dos testes para comprovação da qualidade de lajotas ceramicas vitrificadas e esmaltadas era partir-se um tomate ao meio e colocá-lo sobre a peça. Se houvesse a corrosão ou oxidação do material, este seria rejeitado como ruim, valendo assim como um controle de qualidade.

Mas por que o tomate vem muito a calhar agora? É o vermelho, que estimula, que é veneno, que corroi e cega, que é um teste para saber até que ponto sabemos realmente o que estamos vendo, e agora, por ironia do destino, está em falta!

Não tendo nada contra o tomate, a não ser aquelas velhas recordações da minha avó, espero também que a despeito de todas as "qualidades" já citadas, o vermelho como simbolo venha a faltar como o que até agora só representou de sua face destruidora.

j.a.mellow














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