Do Blog do Coronel
Vestidos de branco, cerca de três
mil produtores rurais de Mato Grosso do Sul e do Paraná se concentraram no
Jockey Club de Campo Grande na manhã desta segunda-feira (29), durante passagem
da presidenta da república Dilma Roussef à capital. Vindos de todos os
municípios sul-mato-grossenses e também do interior paranaense, os produtores
protestaram pedindo o fim das demarcações de terras e a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações da Fundação Nacional do
Índio (Funai).
No total, 284 automóveis e 32
ônibus trouxeram os produtores até a Capital, sendo que alguns deles foram
detidos na entrada da cidade pela Polícia Rodoviária Federal e depois
liberados. Na solenidade de entrega de 300 ônibus escolares, motivo da vinda da
presidenta, os produtores se fizeram notar pedindo em coro “demarcação não” e
“respeito à produção”.
O presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Eduardo Riedel, entregou um
documento em mãos à presidenta – tal como já feito anteriormente – com
informações sobre o impacto econômico da criação de novas áreas indígenas
pretendidas pela Funai e pedindo intervenção do Governo Federal para garantir a
paz no campo.Os produtores prometem nova mobilização no próximo dia 8, em
Brasília, quando a ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, foi convocada
a comparecer em audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
da Câmara Federal.
A questão indígena é gravíssima
no Mato Grosso do Sul. Há uma disputa sobre aproximadamente 3 milhões de
hectares de terras férteis no estado e uma pretensão da FUNAI de confiscar
outros 3,8 milhões de hectares, em função de 25 áreas que estão em estudo.
Estas disputas afetam
diretamente: 21% da área do Estado; 28% da população; 25% do PIB; 37% das
exportações; 22% dos empregos do Estado; 30% dos estabelecimentos
agropecuários; 60% da cultura de soja; 65% da cultura de milho; 57% da cultura
de arroz; 43% da cultura de cana-de-açúcar; 22% do rebanho bovino.
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